Subsídio EBD - Juvenis - Aula 8 - O Pecado e suas consequências



AULA 8 - O PECADO E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Subsídio para revista Lições Bíblicas Juvenis da CPAD 



Nota sobre Romanos 6.23 na Bíblia de Estudo do Viver diário

Romanos 6.23 A vida eterna é um presente de Deus. Se for um presente, não podemos ganhá-lo nem pagar por ele. Seria insensato receber um presente por amor e oferecer pagá-lo. Quem recebe um presente não pode comprá-lo. O correto quando nos é oferecido um presente é aceitá-lo com agradecimento. Nossa salvação é um presente de Deus, não algo que temos feito por nós (Efs 2:8-9). O nos salvou por sua misericórdia, não pelo que tenhamos feito (Tt 3:5). Devemos aceitar com ação de graças o presente que generosamente Deus nos entregou.



Pecado, segundo o Dicionário Teológico de Andrade

[Do hb.  hattah ; do gr.  hamartios ; do lat.  peccatum ] Transgressão deliberada e consciente das leis estabelecidas por Deus. Pecado significa, ainda, errar o alvo estabelecido pelo Criador ao homem - viver para a glória de Deus.



As Consequências do pecado, adaptada segundo a Teologia Sistemática de Eurico Bergstén

Analisando os acontecimentos da queda no Éden, podemos focalizar os principais efeitos do pecado.
 - O resultado do pecado nas relações entre Deus e o homem
 
 O pecado interrompeu a comunhão entre Deus e o homem
 Deus convivia com o homem em comunhão e cooperação maravilhosa (cf. Gn 2.18,19). Porém, quando Deus, após a queda, veio ao seu encontro, Adão e Eva  esconderam- se entre as árvores do jardim (cf. Gn 3.8). A pergunta de Deus: “Onde estás” (Gn 3.9), mostra que a atitude de Deus para com Adão era agora diferente. A  Bíblia diz: “As vossas iniqüidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus” (Is 59.2; cf. Pv 15.29; Jr 5.25). Assim, devido ao seu pecado, foram expulsos do jardim (cf. Gn  3.23,24).




 O pecado deixou Adão e Eva despidos diante de Deus (cf. Gn 3.7)
 Antes da queda eles também estavam nus (cf. Gn 2.25), porém, cobertos pela glória da presença de Deus (cf. Sl 104.2; 1 Tm 6.16). Quando caíram em pecado, foram  destituídos dessa glória (cf. Rm 3.23), e “foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus” (Gn 3.7). Somente quando somos vestidos pelas vestes da  justiça de Deus por Jesus Cristo (cf. Is 61.10), ou noutra expressão, revestidos de Cristo (cf. Gl 3.27), é que estamos preparados para nos encontrar com Deus. Aquele  que não possuir essas vestes, será achado nu (cf. 2 Co 5.3; Ap 16.15).



 O pecado torna o homem culpado diante de Deus
 Culpa é uma omissão prejudicial, um delito, uma inobservância de uma regra de conduta. Deus perguntou a Eva: “Por que fizeste isso?” (Gn 3.13). Aquele que tropeçar em um só ponto, torna-se culpado de todos (cf. Tg 2.10). Assim, “todo o mundo fique sujeito ao juízo de Deus” (Rm 3.19, Versão Revisada).


 O pecado faz o homem ficar debaixo da ira de Deus (cf. Rm 1.18-20)
 A Bíblia diz: “Por essas coisas vem a ira de Deus” (Ef 5.6; cf. Cl 3.6; Rm 2.5). Quando há perdão, a ira de Deus se retira (cf. Is 12.1-3), mas permanecerá sobre aqueles  que não aceitarem o único meio de perdão — Cristo — que Deus oferece (cf. Jo 3.18).


 Os efeitos do pecado na vida do homem
 Os prejuízos que o pecado traz para a vida do homem são incalculáveis. Aqui mencionamos somente uma parte.



O pecado fez o homem perder a sua tranqüilidade
 Antes que o pecado entrasse no mundo, não existiam angústia, aflição, lágrimas etc. Porém, depois que o homem caiu, foi obrigado a enfrentar “tribulação e angústia” (Rm 2.9).

 O pecado colocou o homem sob seu domínio
 O primeiro pecado alastrou-se e multiplicou-se de tal maneira na vida do homem que o profeta Isaías disse: “Desde a planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã” (Is  1.6). O pecado contaminou o entendimento e a consciência do homem (cf. Tt 1.15; 2 Co 4.4). A sua vontade ficou inteiramente sujeita ao mal (cf. Rm 7.19-23): “Toda  imaginação dos pensamentos do seu coração era só má continuamente” (Gn 6.5).

 Pelo pecado o homem perdeu a sua posição de governo
 Deus o colocara o homem para dominar (cf. Gn 1.28); porém, pelo pecado, tornou-se dominado, não somente pelo pecado, mas também pelas coisas criadas (cf. Rm  1.25). Em lugar de ser senhor tornou-se escravo da cobiça, da inveja, da avareza etc. (Cf. 1 Tm 6.10; Rm 1.29; 1 Tm 6.4). Em lugar de governar sobre o pecado, tornou-se  escravo dele (cf. Jo 8.34).

 O pecado prepara uma plataforma para o diabo na vida do homem
 Se o crente é vencido pelo tentador, e o pecado entra na sua vida, deixa nela uma plataforma para o inimigo exercer maior influência. Mas, se resistirmos ao diabo, ele  fugirá de nós (cf. Tg 4.7). Quando, porém, o homem obedece ao pecado (Rm 6.16), os seus membros se tornam sujeitos à imundícia e à maldade (cf. Rm 6.19). 4.2.5. O  pecado sujeitou o homem à morte Deus disse para o homem no Éden: “No dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17). Paulo escreveu que “por um  homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte” (Rm 5.12). Essa palavra se cumpriu no dia da queda! A morte entrou! Vamos observar que a morte entrou e  iniciou o seu domínio em três sentidos:

·         A morte física. Deus disse ao homem no dia da queda: “Comerás o teu pão, até que te tornes à terra” (Gn 3.19). Assim, a morte física ou a separação do espírito e alma  do corpo (cf. Tg 2.26) começou desde o dia da queda. Deus, já no Éden, falava de dor (cf. Gn 3.16). A doença é o início da morte.

·         A morte espiritual. É a separação entre o homem e Deus. Por isso, a Bíblia fala do homem não-crente como de um “morto” (cf. Lc 15.24,32; Ef 2.1-2). Em Mateus 8.22,  Jesus fala desses dois tipos de morte, ou seja, da morte espiritual e da morte física.

·         A segunda morte (cf. Ap 20.6). Significa a eterna separação de Deus de todos que, antes da morte física, não aceitaram a salvação. É bem verdade o que a Bíblia afirma:  “O salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).



O pecado escravizou a raça humana Jesus disse: “O que é nascido da carne é carne” (Jo 3.6).
 “Carne” é uma expressão bíblica para a natureza adâmica. Já pelo nascimento natural o homem recebe, como uma herança dos seus ancestrais, o pecado como  possibilidade que mais adiante se tornará realidade (cf. Sl 51.5; Jó 14.4; 15.14). “Éramos por natureza filhos da ira” (Ef 2.3). A velha natureza tem em si uma inclinação  para o mal (cf. Rm 8.5; 7.5-19) e uma insubmissão diante de Deus e da sua Lei (cf. Rm 8.7). A velha natureza, definitivamente, não ama a Deus (cf. Jo 5.42) e sim as  trevas (cf. Jo 3.19). É uma realidade que “na minha carne, não habita bem algum” (Rm 7.18).




A Origem do pecado, segundo a Teologia Sistemática de Norman Geisler



A ORIGEM DO PECADO DAS CRIATURAS

Entendemos  que  a  origem  do  pecado  é  encontrada  em  nosso  livre-arbítrio.  Deus

nos deu  o poder de escolher aquilo  que é bom. Tragicamente,  os seres  humanos fazem

um mau uso da liberdade que lhes foi concedida por Deus.



A Origem do Pecado dos Anjos Celestiais

Na verdade,  antes de acontecer na terra, o mal se originou no céu.  O mal nasceu no seio de  um  arcanjo  que vivia na presença de Deus.  Isto  é  um  grande  mistério, todavia, continua sendo a essência do ensino cristão acerca da raiz do mal.



O Pecado de Lúcifer

O  nome  tradicional  dado  a  este  arcanjo  é  tirado  de  Isaías  14.12,  com o  a  expressão “estrela da manhã” feita na Vulgata Latina:

Como caíste do céu, ó estrela da manhã [Lúcifer,na Vulgata Latina], filha da alva! Como fostelançado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei aocéu, e, acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono, e, no monte da congregação,me assentarei, da banda dos lados do Norte. Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo. (Is  14.12-14)

Apesar de a maioria dos  estudiosos da Bíblia acreditarem  que esta passagem,  no seu

contexto,  refira-se  ao  “rei  da  Babilônia”  (v.  4),  o  orgulho  e  a  queda  deste  homem  são um a  representação  das  escolhas  feitas  pelo  primeiro  arcanjo,  o  qual  se  rebelou  contra Deus  por  intermédio  de  um  orgulho  similar,  porém  primitivo  e  anterior.  Paulo  falousobre  co m o  deveria ser  um  líder  da igreja:  “não  neófito,  para que,  ensoberbecendo-se,não caia na condenação do Diabo”  (1 T m 3.6).



Outros Anjos também se  Rebelaram

De  acordo  com  o  livro  de  Apocalipse,  outros  anjos  também  seguiram  o  mesmo

caminho. Um terço deles aderiu ao motim de Lúcifer e se transformaram em demônios

(já que ele havia se tornado o Diabo). João escreveu:

E viu-se  outro  sinal  no  céu,  e  eis  que era um grande  dragão  vermelho,  que  tinha sete cabeças  e  dez  chifres  e,  sobre  as  cabeças,  sete  diademas.  E  a  sua  cauda levou  após  si  a terça parte  das  estrelas  do  céu  e  lançou-as  sobre  a  terra  [...]  E foi precipitado  o  grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele. (Ap  12.3-9).

De  forma clara,  portanto,  vemos  que  o  pecado    havia  ocorrido  fora  deste  nosso

mundo;  houve pecado no céu, antes dele ocorrer na terra. Isto fica evidente pela presença do tentador (Satanás) no Jardim do Éden (Gn 3.1ss.).



A Origem do Pecado dos Seres Humanos neste Mundo

A história do pecado de Adão e Eva é infame, pois o casal perfeito foi o responsável

pela entrada da imperfeição no paraíso perfeito.